segunda-feira, 31 de março de 2014

Texto raro de Shakespeare é encenado no Festival de Curitiba


Royal Shakespeare Company – The Rape of Lucrece 

"Quem tem medo de Virginia Woolf?"

Um poema pouco conhecido de William Shakespeare adaptado para os palcos e levado ao público por meio de narrativa e canções. Raramente encenado, “The Rape of Lucrece” (ou “O estupro de Lucrécia”, livremente traduzido) apresenta o drama da lendária Lucrécia, uma dama romana violentada por Sexto Tarquinio, filho do imperador de Roma, e que, envergonhada, suicida-se em frente ao marido depois de lhe confessar a sua desonra. Erótico, violento e político, o poema transformado em espetáculo teatral e trazido à vida pela voz da aclamada atriz e cantora irlandesa Camille O’Sullivan é uma das atrações internacionais da Mostra do Festival de Curitiba deste ano.
A montagem, inédita no Brasil, já passou por festivais europeus, arrancando suspiros do público, emocionado com a beleza e a intensidade da montagem. Camille é o centro do espetáculo. A atriz ora narra a história, ora canta os versos do poema, em composições assinadas pelo pianista Feargal Murray, que também está em cena, em conjunto com diretora da produção, Elizabeth Freestone, e a própria cantora.
A adaptação é fruto de um esforço que uniu os três artistas e que só foi possível depois que Freestone “descobriu” a sua solista. “O desejo de fazer algo com este poema era antigo, mas foi só quando Camille entrou no caminho da companhia é que percebi nela a atriz de que precisávamos para levar esta história intensa e lindamente escrita para os palcos”, revela. “Ela é uma intérprete única que conta histórias com o coração e é extremamente hábil em percorrer, com palavras e música, os extremos de luz e escuridão da natureza humana”.
Para a diretora, a adaptação permitiu que Camille explorasse o íntimo da vítima e do seu perpetrador na mesma peça. “É um desfio de atuação fascinante e surpreendente”, descreve. A estrutura do espetáculo transforma em narração a história do poema e em canção, as falas dos personagens. “Isso nos permitiu manter a linha narrativa e ir fundo nas emoções dos personagens por meio da música”, diz.  “Ao assistir a ele, esperamos que o público possa descobrir coisas poderosas, como se esta fosse uma nova peça de Shakespeare que acabou de ser descoberta”, completa Freestone.
THE RAPE OF LUCRECE
FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA – MOSTRA 2014
Teatro da Reitoria
Dias 4 e 5 de abril – 21h, no Teatro da Reitoria

Ficha técnica:
Royal Shakespeare Company – The Rape of Lucrece (Londres/ING)
Autor: William Shakespeare
Adaptação: Elizabeth Freestone, Feargal Murray e Camille O’Sullivan
Direção: Elizabeth Freestone
Elenco: Camille O’Sullivan
Música: Feargal Murray
Realização: Royal Shakespeare Company
Duração: 75 minutos



Quem tem medo de Virgínia Woolf?

“Quem tem medo de Virginia Woolf?” é um daqueles textos clássicos que nos levam ao teatro. Escrito em 1962 pelo norte-americano Edward Albee, considerado um dos maiores dramaturgos do teatro moderno, o texto tem sua quarta montagem no Brasil com Zezé Polessa, Daniel Dantas, Ana Kutner e Erom Cordeiro no elenco. Sob a direção de Victor Garcia Peralta, o espetáculo faz parte da Mostra 2014 do Festival de Teatro de Curitiba.

“Quando li a peça fiquei encantadíssima, é um texto com estrutura dramática perfeita e impecável composição dos personagens”, revela a produtora e atriz Zezé Polessa. “Meu primeiro pensamento nesta leitura foi: ‘esta peça está pronta, só preciso me encaixar neste texto maravilhoso’”. E foi a partir daí que, há três anos, Zezé começou a trabalhar na produção e na formação da equipe.

Uma nova tradução foi feita por seu filho João Polessa Dantas. “Meu filho me ensinou que tradução envelhece. A primeira que li era de 64, quando a peça veio para o Brasil, e a outra era da década de 70, época de censura em que cenas foram cortadas e palavrões eram banidos, então resolvemos traduzir o texto de novo, pois a coloquialidade é um ponto forte dos diálogos, sem perder a linguagem culta do ambiente acadêmico onde a trama se desenvolve”.

Nos textos de Albee nada é o que aparenta. Situações que começam aparentemente reais rapidamente entram na esfera da fantasia. Pela maestria com a qual o Albee constrói seus personagens, o texto, escrito há pouco mais de 50 anos, retrata o contexto dos Estados Unidos na época mostrando o fracasso do “sonho americano” e a tensão existente no país durante na Guerra Fria. Imortalizado no cinema por Elizabeth Taylor e Richard Burton em filme vencedor do Oscar em cinco categorias, o espetáculo mostra até onde podem ir as pessoas para manter seus relacionamentos, tornando o tema ainda atual e de interesse do público.

O cenário é a casa de Jorge e Marta, que recebem os jovens Nick e Mel para um drink após uma festa. São dois casais de diferentes idades, mas com questões em comum. Os anfitriões, casados há mais de 20 anos, vivem uma relação de amor e ódio, na qual um segredo parece unir e, ao mesmo tempo, transformar a vida de ambos em uma grande ilusão. Já os visitantes têm um relacionamento aparentemente perfeito, mas, quando envolvidos nos jogos mentais e sexuais do primeiro casal, deixam transparecer as mentiras que os cercam.

A atriz Ana Kutner participa pela terceira vez do Festival de Teatro de Curitiba e avalia que “o Festival sempre é um lugar de troca de artistas, produtores, se mantendo referência em todo o território nacional. Tenho uma relação bastante afetiva com o Festival de Curitiba, pois tenho vindo há alguns anos”. Em 2013 ela estreou o espetáculo "Horses Hotel” e em 2000 foi a vez de "A boa".

“Posso afirmar que o público curitibano é um bastante comprometido com o Festival e tenho certeza que trazer neste ano "Quem tem medo de Virginia Woolf?" é algo maravilhoso. Sei que o público de Curitiba desfrutará de uma montagem de alta qualidade artística e estética sem falar na importância e prazer de estar fazendo um clássico como este com parceiros de cena tão talentosos”, declara Ana.

Depois de Curitiba, a montagem segue para temporada em São Paulo.

Ficha técnica:
Texto: Edward Albee
Tradução: João Polessa Dantas
Elenco: Zezé Polessa, Daniel Dantas, Erom Cordeiro e Ana Kutner
Direção: Victor Garcia Peralta
Direção de arte/cenografia/programação visual: Gringo Cardia
Iluminador: Maneco Quinderé
Figurinos: Marcelo Pies
Visagismo: Fernando Torquatto
Trilha Sonora: Marcelo Alonso Neves
Produção executiva: Carmem Oliveira
Direção de produção: Giuliano Ricca
Duração: 140 min.

QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF?
FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA – MOSTRA 2014
Guairão
Dias 3 e 4 de abril – 21h

Fonte: 23. º Festival de Curitiba
Assessoria de Imprensa 

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